sábado, 29 de dezembro de 2012

CRAVOS VERMELHOS




se me dessem um caule em cravo – vermelho – numa dessas noites de fim de tarde
de fim de outono, um silêncio de frio gelado
numa dessas noites em que nosso corpo é ardido por um calor sem esperança
estrelas passageiras
- pois estrelas ficam mais distantes e límpidas nas noites frias -
eu montava uma varanda de cravos  de cravos

semeava cravos vermelhos em trilha negra por essas minhas paredes
para depois dormir
dormir com o silêncio que fazem tantos cravos
e tantas estrelas no azul verde escuro da floresta
e tanta solidão na tristeza gelada do pensamento

sabem essas noites transparentes de esperança que não são quentes
mas, em que teu corpo é invadido por agulhadas no frio suave
- eu já estou quase sem nome – e para minhas estrelas
para meus cravos
peço baixinho devagarzinho
que sussurrem,  sussurrem  novamente.

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